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“Descaso da cultura de segurança”: presidente da CEDAEA publica artigo no Correio do Povo

16/04/2025 14:46h

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O presidente da Comissão Especial de Direito Aeronáutico e Aeroespacial (CEDAEA) da OAB/RS, Eduardo Teixeira Farah, publicou um artigo no jornal Correio do Povo na segunda-feira (14). Intitulado como “Descaso da cultura de segurança”, o texto aborda a importância de adotar um conjunto de práticas para minimizar riscos e aumentar a proteção em diversos setores – incluindo a aviação. Confira o artigo na íntegra:

O que torna a aviação comercial o meio de transporte mais seguro é justamente a cultura de segurança presente desde o projeto de determinada aeronave até sua exploração associada à permanente manutenção dos equipamentos e ao contínuo treinamento dos tripulantes.

Entretanto, noutras atividades e demais meios de transporte, em especial o rodoviário, parece que há flagrante descaso na cultura de segurança, fato que aparenta se tratar de uma ostensiva cultura de irresponsabilidade diária no trânsito nas grandes cidades e nas estradas.

Em face do desenvolvimento acelerado da ciência e tecnologia, criou-se fenômeno social denominado de “sociedade de risco”, conforme conceito desenvolvido pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, ao argumentar que a modernidade gerou novos tipos de riscos globais, como desastres ambientais, pandemias, crises econômicas e tecnológicas.

Estas circunstâncias atestam que a cultura de segurança e a sociedade de riscos são conceitos interligados e refletem nas transformações sociais, tecnológicas e políticas em relação à segurança e à percepção do risco na sociedade digital.

A denominada cultura de segurança refere-se ao conjunto de valores, atitudes e práticas adotadas por indivíduos, organizações e governos para minimizar riscos e aumentar a proteção em diversos setores, como saúde, trabalho, transporte e tecnologia.

Esta percepção sobre os riscos requer adotar medidas preventivas para mitigar acidentes e incidentes contra riscos conhecidos e determinados e agir com precaução em face dos riscos hipotéticos ou virtuais.

Numa sociedade de risco, a cultura de segurança se torna essencial para mitigar os efeitos negativos dos avanços tecnológicos e das novas ameaças globais. Por isso, governos e empresas precisam investir em políticas preventivas, enquanto os indivíduos devem adotar comportamentos mais seguros e responsáveis.

O descaso na cultura de segurança pode ser observado por diversos prismas, talvez sua gênese decorra do desconhecimento e da própria falta de educação, pois muitas pessoas não são conscientizadas sobre segurança desde cedo, o que as torna menos propensas a adotar comportamentos preventivos.

A cultura do imediatismo e da improvisação aumentam os riscos, haja vista que, muitas vezes, as pessoas priorizam a rapidez ou a conveniência em vez da segurança, como por exemplo o simples ato de atravessar a rua fora da faixa de pedestres numa via movimentada porque é “mais rápido”.

Infelizmente, a falta da cultura de segurança impacta no custo social e econômico da coletividade com o aumento dos gastos em hospitalizações, reparos aos danos em propriedades e indenizações, sem esquecer as lamentáveis perdas humanas e redução da qualidade de vida decorrente das tragédias que poderiam ser evitadas com simples medidas prudenciais.

Afigura-se que o desenvolvimento da cultura de segurança deve ser um esforço coletivo e implementado por meio de campanhas, treinamentos e incentivos para práticas seguras dentro das empresas, governos e influenciadores que precisam dar o exemplo para estabelecer políticas públicas e privadas eficientes na construção e mudança de mentalidade das pessoas.

Portanto, valorizar a cultura de segurança numa sociedade de risco é um meio prudente de assegurar a prevenção e precaução de tragédias nas inúmeras atividades humanas.  Todo o acidente deve ser evitado!

Eduardo Teixeira Farah

16/04/2025 14:46h



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